Quem não se lembra de Mbo Mpenza? Para quem não se lembra, eis umas pistas: veio para o Sporting no dealbar do ano 2000 e ajudou o grémio lisboeta a vencer o título que andava fugidio daquelas bandas como Ricardo Carvalho dos estágios da Selecção. Com ele assentaram arraiais em Alvalade César Prates, um lateral cristão com propensão para jogar com os calções subidos até às orelhas, so help him God, e André Cruz, um central que costumava derrubar corujas ensonadas com os seus pontapés certeiros disparados do cadeirão de onde soía jogar. Mpenza era do país do Tintin e talvez a sua família tenha servido de inspiração para a infame aventura desse sósia de Ronald Koeman pelo Congo. Ao contrário de Defour, confundido com uma oferta promocional que se oferece às pessoas à saída do metro em horas de ponta, parece que a factura do Standard Liège chegou a tempo e horas no seu caso.
Bem, mas digam-me lá que Mpenza não era uma versão do Seal de 1990? Aposto que a Heidi Klum não daria por nada e até aprovaria o facto de Mpenza ter uma cara menos cicatrizada que a foca cantora. Tudo isto para grande inveja de Javi García, o homem que coloca a mão em frente da boca e os cotovelos um pouco por todo o lado, que não consegue compreender porque é que “el negrón” ficou com uma loura que é modelo internacional e ele só conseguiu uma piscadela de olho da D. Maria das Dores, a empregada de limpeza sénior do Estádio da Luz com os dentes mais bonitos da zona, tanto um como o outro (há quem diga que foi por causa das cataratas dela).
Zé Pedro, o médio tecnicista sadino e não o guitarrista dos Rolling Stones portugueses, é um exemplo de polivalência. Por exemplo, com uns óculos escuros é o Howard Stern; com um bigode e uma mosca é o Frank Zappa; com uma bola nos pés é uma maravilha, mas não lhe peçam para correr.
E Niquinha, o eterno dínamo vilacondense, e Sérgio China, outro motor que passeou o seu pulmão lá pelos lados dos Arcos? Não sei se são parecidos com alguém em particular, mas têm mesmo cara de duo de sertanejo. O duplo álbum prometido há mais de uma década, “China & Niquinha Come Alive”, está aí, à espera que a Discossete ou a Espacial lhe peguem – uma espécie de “Chinese Democracy” dos Guns N’ Roses, versão forró. Para já, o amarelo do ouro do disco que, por mérito, será deles, está distante, arisco como um Bolinhas à procura de linhas de passe para a finalização – mas, em contrapartida, os cartões amarelos que viram saltar como torradas fumegantes dos bolsos dos árbitros dão já para forrar as paredes de suas casas.
Já Mário Loja, o veterano defesa que se fixou a distribuir bandarilhadas no Boavista, é o Pedrito de Portugal com os testículos ainda intactos. O Boavista que anda a tentar esquivar-se, ensanguentado, da estocada final. Foram anos de tourada que agora poderão sair caros. Esta é mesmo uma actividade cruel.
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